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A dor do abandono na terceira idade

             Existem dois grupos que, geralmente, não têm o mesmo grau de importância na sociedade.
O primeiro grupo é o das crianças. Sem poder aquisitivo e pouca experiência de vida, acabam sendo desconsideradas nas decisões familiares, são tratadas como: ' você nem é gente, menino(a), cala a boca!'. O outro grupo é dos idosos, aposentados, que sem o vigor e a renda de outrora, acabam sendo esquecidos em abrigos, casas de acolhimento ou no quartinho dos fundos das pensões.




           O último grupo mencionado (idosos) tem memória e essa memória acaba por se transformar em tristeza pela solidão imposta a eles, solidão esta que tanto pesa nesses ombros calejados pela vida. Muitos são privados de direitos fundamentais. A aposentadoria não lhes serve para desfrutar o restinho da vida que lhes cabe.
          Os filhos, netos e bisnetos crescem distantes, sem seus mimos e sua presença. E esse distanciamento para quem é jovem é quase indolor, só serão sentidos tarde demais. Mas para o vô e a vó são como arrancar deles uma parte de suas histórias. Tirá-los desse convívio é como se arrancassem uma página importante do livro da história de suas vidas.

          Talvez cuidar de um idoso que não tem mais a disposição, equilíbrio e a memória que tivera outrora seja uma tarefa bastante difícil, e é por isso que não julgo mal quem os deixa aos cuidados de terceiros. O problema todo está em abandoná-los a  sorte dos cuidados alheios, esquecendo e não visitando com uma periodicidade aceitável para que se mantenha os laços, a afeição e o amor.

         Minha reflexão termina com a seguinte análise: um dia o idoso será você, trate seus pais, seus avós, bisavós como você gostaria de ser tratado. Num futuro próximo o universo te tratará da mesma maneira. Não adie visitas, trate com amor os que deram o suor e lutaram para que você sobrevivesse, se alimentasse, tivesse uma vida melhor que as vidas deles.




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