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O Rio Capibaribe e suas possibilidades interrompidas

O rio Capibaribe possui 240 quilômetros de extensão e sua bacia possui aproximadamente 5.880 quilômetros quadrados. Ao todo, tem cerca de 74 afluentes e banha 42 cidades pernambucanas, entre elas Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, São Lourenço da Mata, Limoeiro e Recife. Por perpassar regiões urbanas o rio Capibaribe, no Recife, recebe muita carga de resíduos de uma população estimada em 430 mil habitantes que estão em seu entorno.

 Imagem 1: Rio Capibaribe, vista do bairro do Recife (Foto: Geise Araújo)


O crescimento urbano desordenado foi responsável por uma deterioração dos recursos ambientais que circundavam o rio, comprometendo a qualidade de vida das populações ribeirinhas. As águas que deram o título de Veneza Brasileira à capital pernambucana, atualmente, se parecem bem mais com qualquer canal de esgoto existente no país.


Poluição

Apesar do potencial hídrico, o rio Capibaribe sofre com a poluição. Um passeio rápido às margens do rio pela capital pernambucana mostra, por exemplo, o quanto de esgoto e lixo domésticos sujam o Capibaribe. Parte dessa sujeira vem de palafitas e casebres, pela falta de saneamento básico. Além disso, apenas algumas cidades que o margeiam tratam seus esgotos.



Imagem 2: Rio Capibaribe na Comunidade dos Coelhos,  Região Central do Recife  ( Foto: Geise Araújo)


Apesar de as comunidades ribeirinhas contribuírem para a poluição do grande curso, existem outras causas mais preocupantes da poluição, como os despejos industriais. Segundo informações da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), só algumas lavanderias antes de lançarem os dejetos não tratados, direta ou indiretamente no rio, fazem um sistema de tratamento que pode ser o primário, em que só é retirado o lixo sólido, ou o sistema de reuso, onde uma parte é reaproveitada e a outra vai para o rio sem ocasionar danos mais sérios.


Possibilidades do Capibaribe


Mesmo com tantas intempéries o rio oferece inúmeras possibilidades sejam elas a possibilidade de navegabilidade para oferecer à população uma alternativa ao transporte terrestre, seja a de empreendimentos para exploração turística e econômica, como no caso do Capibar, um bar às margens do Rio que tem em sua estrutura lixo retirado do Capibaribe. O empreendimento está localizado no bairro de Casa Forte.
Cerca de cinco mil latinhas vazias de refrigerante, brinquedos velhos de plástico, pedaços de aço, monitores de aparelhos de televisão são alguns dos itens que compõem a decoração e a estrutura do local. E em comum possuem apenas uma característica:  todos foram recolhidos do Rio Capibaribe por dona Maria do Socorro, proprietária do estabelecimento. Segundo ela, a atitude de retirar o material jogado no rio é uma forma de protesto contra a sujeira no local.


 
Imagem 3: Capibar, o bar feito do Rio (Foto: Reprodução Internet)



Segundo dona Maria do Socorro, todos os meses de agosto  são dedicados ao rio, com bandas que se apresentam e compõem músicas em homenagem à preservação ambiental. " Também comemoramos as datas 22 de março e 24 de novembro , por ser o Dia do Rio e Dia Mundial das Águas, respectivamente" explicou a proprietária.


Navegabilidade do Capibaribe


Um projeto que visa à navegabilidade do Rio, lançado no governo Eduardo Campos, apontado como alternativa de locomoção para milhares de pessoas, melhoraria a fluidez do trânsito na capital pernambucana, mas está parado há mais de um ano. O projeto foi lançado, mas atualmente só  25% da obra foi executada. O projeto está sob a responsabilidade da Secretaria das Cidades, que informou que no momento está sendo contratada, via licitação pública, uma empresa para realização de um estudo técnico que avaliará a viabilidade econômica, ambiental e social de navegabilidade do Rio Capibaribe. Sobre outras perspectivas do projeto a Secretaria não forneceu informações.




Imagem 4: O Capibaribe está inteiramente localizado no Estado de Pernambuco, em azul o curso do Rio  (Fonte: Governo do Estado)

O projeto de navegação espera dragar aproximadamente 859 mil metros cúbicos de resíduos. Esse volume seria suficiente para se fazer um canal de navegação de 2,50 metros de profundidade e 36 metros de largura.



Parque Capibaribe


Além da navegabilidade, um outro projeto pensa as possibilidades do Capibaribe. A iniciativa Parque Capibaribe promove diretrizes de articulação entre o Rio Capibaribe e os espaços urbanos, conectando as bordas e margens com equipamentos existentes na cidade e espaços de área verde, criando ciclovias e interligando vias de ônibus com uma nova experiência de articulação modal de transporte. Com isso, o Parque Capibaribe promove também uma mudança de mentalidade da população em relação ao rio, lançando um olhar inovador para as inúmeras possibilidades de ações nas águas do Capibaribe.


Imagem 5:  Vista do Rio no bairro da Várzea (Foto: Geise Araújo)


O projeto é desenvolvido com parceria entre a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) - através da Secretaria de Meio Ambiente do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que conta com a participação de grupos de pesquisa das várias áreas de conhecimento que envolvem a temática.
De acordo com o site institucional do projeto, no planejamento a ideia de transformar o Recife em uma cidade-parque pode ocasionar um aumento da taxa da área verde pública na cidade, elevando-a em mais de 18 metros quadrados por habitante até 2037.



GALERIA CAPIBARIBE


 
Rio Capibaribe, vista do Bairro do Recife

Palafitas no bairro dos Coelhos, área Central do Recife


Vista do Rio no bairro da Várzea

Capibar, em Casa Forte

Mapa de Pernambuco com o curso do Capibaribe em azul








 
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